24/10/2021 01h41 - Atualizado em 24/10/2021 01h41
Eugene Christian Keou Kameni, ou simplesmente Kameni. Este é o nome do jovem refugiado camaronês que disputou sua primeira competição oficial de futebol no Brasil ao jogar pela equipe do Parceiros da Bola, no Campeonato Paulista de Beach Soccer - Fase 1.
Kameni explica que era capitão da seleção sub-17 camaronesa. 'Mas lá eu achava que não teria a mesma chance que no Brasil'. Ele afirma que aqui ao menos costuma fazer testes em clubes de futebol da região.
Kameni fugiu da República dos Camarões para deixar as todas as dificuldades de seu país natal para trás e tentar um futuro diferente no futebol brasileiro. Para fugir, ele começou a trabalhar num porto local por algumas semanas, e foi conhecendo como funcionava o transporte por navios.
'Antes de fugir, me alimentei bastante. Vim escondido em um navio de carga. Quando houve a troca de turnos no navio que vinha para o Brasil, entrei rápido e fui até a parte alta dele. Encontrei um lugar para ficar escondido, onde continuei agachado, sem comida e sem água, durante 20 dias',
'Eu vim por causa dos meus problemas nos Camarões e porque quero ser jogador de futebol. Minha mãe não trabalha, meus quatro irmãos não estudam, meu pai abandonou a gente desde criança. Eu estava passando por muitos problemas'.
Com medo de que alguém fizesse mal a ele, só apareceu quando o navio atracou no Porto de Santos. Ao desembarcar no Brasil, Kameni foi abordado pela Polícia Federal que entrou em contato com a ONG 'OHVB' - Organização dos Haitianos que vivem no Brasil.
O rapaz recebeu ajuda da ONG, em especial da coordenadora de Projetos Fernanda Aparecida de Araújo e do presidente Martineau Cherubin, que forneceram cuidados médicos, roupas, comida e conseguiram um lugar para ele dormir, no Albergue Noturno de Santos. Lá, Kameni foi maltratado pelos habitantes do local, na maioria deles, viciados em drogas.
Sua história foi noticiada pelo jornal A Tribuna e chamou a atenção de Marinilson Souza, o Nilson do Parceiros da Bola que ofereceu ajuda. Após a ONG conhecer o alojamento, deixou o jovem sob os cuidados do clube e a partir daí, ele se integrou com os atletas da casa e tem quatro refeições diárias, banho, tv, internet.
A ONG legalizou a presença de Kameni no Brasil, providenciando os documentos necessários, como RG, CPF e Carteira de Trabalho e está aguardando resolução de sua situação escolar para ingressá-lo no ensino público.
Kameni está sem treinar desde que saiu da República dos Camarões. 'Vamos prepará-lo no que diz respeito aos condicionamentos físicos e técnicos. O Parceiros da Bola mantém vínculo com vários empresários e observadores técnicos', disse Nilson.
Caso ele não consiga seguir carreira no futebol, Nilson já prometeu ao presidente da ONG, Martineau Cherubin que vai mantê-lo no alojamento e tentar ingressar o jovem no mercado de trabalho.
Este texto foi elaborado utilizando trechos da matéria do jornal A Tribuna sobre a história do jovem Kameni. A matéria completa pode ser vista em https://www.atribuna.com.br/noticias/tribunalab/jovem-camarones-foge-para-o-brasil-e-chega-a-santos-apos-dias-escondido-sem-comer-e-beber
.
.
.
Câmara Municipal de Santos + Parceiros da Bola, 23/10/2021
16/08/2024
16/08/2024
01/07/2023
14/09/2022
11/01/2022
Publicidade
16/08/2024 06h07
16/08/2024 06h05
01/07/2023 10h59
14/09/2022 07h28
11/01/2022 00h10
07/11/2021 05h13
03/11/2021 22h17
Comentários