28/04/2017 21h00 - Atualizado em 28/04/2017 21h00
Desde as quartas de final da última Copa do Mundo, em julho de 2015, quando foi caiu para a Rússia, a seleção brasileira de beach soccer não sabe o que é perder. Invicta a 29 jogos e com 498 vitórias no currículo em partidas oficiais, o time comandado por Gilberto Costa inicia a busca pelo pentacampeonato mundial diante do Taiti, nesta sexta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Estádio de Nassau, nas Bahamas. O Brasil está no Grupo D, ao lado dos taitianos, atuais vice-campeões mundiais, da Polônia, vencedora das eliminatórias europeias, e do Japão. Muitos consideram este o 'grupo da morte', mas a equipe canarinho tem ampla vantagem sobre os rivais, com 100% de aproveitamento em 22 partidas. O Mundial começou nesta quinta-feira e termina em 7 de maio.
- O Taiti é o vice-campeão do mundo, uma equipe forte, que joga de um jeito peculiar, com um goleiro o tempo inteiro, o que exige intensidade e marcação em toda a quadra toda. A Polônia tem uma defesa muito forte, venceu o quali da Europa, eliminou a Rússia e Ucrânia e isto já mostra a sua força. Eles tem saídas de contra-ataques muito boas e vão dar muito trabalho. O Japão talvez não tenha mostrado toda a sua força nas eliminatórias. Eles tem o Osmar, o Ozu, que é um brasileiro naturalizado, o técnico Marcelo Mendes, e é uma equipe que vai chegar forte. O grupo é muito difícil, sem margem para erros. Vamos fazer o nosso melhor, este é o nosso compromisso - analisou o técnico Gilberto Costa, bicampeão mundial como preparador físico do Brasil (2007/2006) e tricampeão do Mundialito de clubes (2015/2013/2011).
No ano passado, a seleção brasileira goleou o Taiti por 10 a 4, derrotou a Polônia por 5 a 2 e levou a melhor nos três jogos contra o Japão (6 a 2, 8 a 4 e 2 a 1 nos pênaltis, após empate em 4 a 4. Apesar de nunca ter perdido para nenhum dos adversários da primeira fase, o técnico Gilberto Costa prega cautela, vê os números no passado e diz que a história será outra no Caribe. A base do time será a mesma, porém, mesclando experiência, juventude e versatilidade em prol do jogo coletivo.
- Fechamos o ciclo de um processo que começou em janeiro do ano passado. Nos preparamos para os três primeiros jogos contra Taiti, Polônia e Japão e acertamos os detalhes. A campanha foi maravilhosa, mas isto não garante nada. Traz confiança, no entanto, temos de continuar trabalhando e estudando os nossos adversários. Esta é uma competição única. Todo o cuidado é pouco. Nosso grupo é difícil e nossos adversários são fortes. Se não trabalharmos, podemos ser eliminados na primeira fase sem nenhuma surpresa. Queremos dar algo além do nosso melhor. Quando esta equipe fez oseu melhor, foi muito difícil de ser batida - acrescentou Costa.
O elenco verde e amarelo não sofreu grandes mudanças desde a última edição do Mundial, em Portugal e manteve a base. Ao longo do processo de preparação, foram usadas peças para passar experiência aos mais jovens, principalmente, os que sofreram as frustrações nas Copas de 2011, 2013 e 2015, além de contar com jogadores versáteis, que pudessem atuar em diferentes posições. Recuperar a confiança do goleiro do Mão e trazer de volta Daniel Zidane para dar mais força ao sistema defensivo foram outros ingredientes para formar o grupo do Caribe.
O jogo coletivo tem sido o diferencial da equipe canarinho. Talento individual nunca faltou ao país, contudo, uma série de altos e baixos nos últimos seis anos adiaram o sonho do pentacampeonato. As únicas novidades do Brasil nas Bahamas são o atacante Lucão e o goleiro Rafael Padilha, do Vasco da Gama, atual campeão brasileiro e da Libertadores, e o defensor Filipe, que atua em todas as posições e joga pelo russo Delta Saratov.
A seleção brasileira trabalhou não só a parte física, como o psicológico a fim de evitar apagões. O trabalho de coaching mental, as dinâmicas de grupo e alguns filmes foram usados no processo de preparação, tratando diversos fatores que influem dentro de quadra, como ansiedade, medo, coragem e disciplina. Na comissão técnica. Gilberto Costa ainda conta com quatro membros que também são treinadores, o que traz um outro olhar na questão da estratégia de jogo.
Brasil, Paraguai, Equador, Japão, Taiti, Senegal, Nigéria, Polônia, Suíça, Portugal, Itália, Irã, Nigéria, Itália, México, Portugal, Emirados Árabes, Panamá e Bahamas brigam pelo título mundial. Os mais cotados ao título são os brasileiros, os portugueses, os suíços e os italianos. Os japoneses contarão com o brasileiro Marcelo Mendes como treinador e podem surpreender no torneio.
Desde que assumiu a seleção, em dezembro de 2015, Gilberto Costa nunca sentiu o gosto da derrota e já coleciona seis títulos pela amarelinha: Sul-Americano, Mundialito de Portugal, Mundialito do Brasil, Copa Intercontinental, Copa América e o heptacampeonato nas eliminatórias sul-americanas. Na final da disputa que classificou as três países ao Mundial, o Brasil venceu o Paraguai por 7 a 5, em Assunção (Paraguai), fechando a campanha de seis jogos com seis vitórias, 51 gols marcados e apenas 14 sofridos. Brasil, Paraguai e Equador, algoz da Argentina briga pelo terceiro lugar, são os representantes da América do Sul nas Bahamas.
Os números da seleção brasileira impressionam. Confira abaixo algumas curiosidades envolvendo um dos maiores favoritos ao troféu nas areias de Nassau.
29 - É a sequência invicta de partidas da seleção brasileira. A última derrota foi em 16 de julho de 2015, nas quartas de final da Copa do Mundo FIFA Portugal 2015
6 - Número de conquistas internacionais após Gilberto Costa assumir o comando do Brasil (Sul-Americano, Mundialito Cascais, Mundialito Brasil, Copa Intercontinental, Copa América e Eliminatórias Conmebol)
4 - Títulos de Copa do Mundo FIFA que o Brasil conquistou. Tetracampeão invicto em 2009 (Dubai), 2008 (Marselha), 2007 (Rio de Janeiro) e 2006 (Rio de Janeiro)
5 - Cinco finais em oito edições tem a seleção brasileira em seu retrospecto. Além dos quatro títulos, foi vice-campeã em 2011 (Ravenna) e tem ainda dois terceiros lugares (2005/Rio de Janeiro e 2013/Papeete)
45 - O Brasil é o recordista de jogos em Copas do Mundo FIFA com 45 partidas (41 vitórias e apenas quatro derrotas)
9 - Esta será a nona participação da seleção brasileira em Copa do Mundo FIFA. Só o Brasil e o Japão nunca ficaram fora da competição até hoje
294 - Total de gols marcados pelo Brasil em oito edições de Copa do Mundo FIFA (média de 6,5 por jogo)
13 - Além dos quatro títulos na 'Era FIFA', o Brasil tem ainda nove conquistas do extinto Campeonato Mundial, totalizando 13 títulos mundiais
99 - É o número total de conquistas da seleção brasileira nas areias. Caso conquiste a Copa do Mundo FIFA 2017, o pentacampeonato significaria o 100º título verde-amarelo
4.000 - O Brasil está perto do gol de número 4 mil. Até hoje, a seleção brasileira balançou as 3.940 vezes em 530 partidas oficiais
28,5 - É a média de idade entre os 12 jogadores que vão competir nas Bahamas. O capixaba Mão é o mais velho (38) e o pernambucano Filipe o caçula (23)
40 - Número de partidas oficiais que tem o goleiro Mão em Copa do Mundo FIFA (disputou as edições de 2015, 2013, 2011, 2009, 2008, 2007 e 2006)
22 - É o somatório de vitórias do Brasil contra Taiti (2v), Polônia (2v) e Japão (18v), adversários da primeira fase (Grupo D). Em 22 jogos, 22 vitórias
161 - Considerando o retrospecto contra as 15 seleções que estarão nas Bahamas, a seleção brasileira venceu 161 partidas - nunca enfrentou apenas o Panamá entre os participantes
682 - Somatório de gols marcados pelos 12 jogadores da seleção brasileira que vão às Bahamas. Bruno Xavier lidera com 150 gols e apenas o goleiro Rafael Padilha ainda não estufou as redes
13 - Total de derrotas para as seleções que vão disputar a Copa 2017: oito para Portugal, três para o Paraguai, uma para Irã e uma para a Nigéria
498 - Total de vitórias do Brasil em jogos oficiais desde o primeiro confronto, em 1993. A vitória de número 500 pode acontecer ainda na fase classificatória em Nassau
Tabela do Brasil na Copa do Mundo das Bahamas:
Grupo D: Brasil, Taiti, Japão e Polônia
28 de abril- Brasil x Taiti - 19h30 (horário de Brasília) / SporTV e TV Bandeirantes
30 de abril - Polônia x Brasil - 19h30 (horário de Brasília) / SporTV e TV Bandeirantes
2 de maio - Brasil x Japão - 19h30 (horário de Brasília) / SporTV e TV Bandeirantes
4 de maio - Quartas de finais
06 de maio - Semifinais
07 de maio - Final
Convocados da seleção brasileira
Goleiros: Mão (Grupo União/Beach Soccer-ES) e Rafael Padilha (Vasco da Gama-RJ)
Defensores: Catarino (Vasco da Gama-RJ), Fernando DDI (Krylya Sovetov-RUS), Bruno Xavier (CTM/Beach Soccer-ES), Filipe (Delta Saratov-RUS) e Daniel Zidane (Lokomotiv Moscou-RUS)
Atacantes: Lucão (Vasco da Gama-RJ), Bokinha (Vasco da Gama-RJ), Mauricinho (Vasco da Gama-RJ), Rodrigo (Botafogo-RJ) e Datinha (Sampaio Corrêa-MA)
Comissão técnica:
Coordenador técnico: Júnior Negão
Técnico: Gilberto Costa
Assistente técnico: Francisco 'Chicão' Castello Branco
Preparador físico: Fábio Costa
Preparador de goleiros: Fabrício Santos
Fisioterapeuta: Murilo Dias
Médico: Dr. Renato Kuntz
Supervisor: Pablo Moraes
Fonte: GloboEsporte.com